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ABRESST defende equilíbrio entre inteligência artificial e humanização na saúde ocupacional

A rápida adoção da inteligência artificial (IA) no universo corporativo vem transformando a forma como empresas lidam com saúde ocupacional e segurança do trabalho. No entanto, a ABRESST – Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho – faz um alerta: os avanços tecnológicos precisam caminhar lado a lado com empatia, ética e cuidado humano.

Dados do relatório State of AI in 2024, da McKinsey & Company, mostram que mais de 78% das empresas já utilizam IA em alguma área da operação. As aplicações mais frequentes estão justamente em gestão de pessoas e segurança do trabalho, onde algoritmos já ajudam a identificar padrões de absenteísmo, antecipar quadros de adoecimento e personalizar treinamentos.

Para o médico Ricardo Pacheco, presidente da ABRESST e especialista em saúde corporativa, o avanço da IA é bem-vindo — desde que não desumanize o ambiente de trabalho. "A tecnologia pode ser uma aliada poderosa, mas jamais deve substituir o olhar humano. O trabalhador precisa continuar sendo visto em sua totalidade: como alguém com emoções, histórias e necessidades", afirma.
O papel estratégico da IA com ética e empatia

A associação reforça que a IA tem potencial para revolucionar a saúde ocupacional ao automatizar processos, agilizar a análise de dados e aumentar a eficiência da gestão. No entanto, se mal aplicada, corre o risco de reduzir os trabalhadores a números em dashboards, ignorando a complexidade humana por trás dos indicadores.

"A tecnologia deve apoiar, não substituir, as relações humanas. É preciso adotar uma postura ética e consciente no uso da IA, garantindo escuta ativa, sensibilidade e cuidado real com as pessoas", alerta o presidente da ABRESST.

A entidade recomenda que o uso de IA seja integrado a práticas de gestão humanizadas, como rodas de conversa, feedbacks frequentes, ações presenciais de bem-estar e espaços de escuta ativa. A combinação entre tecnologia e humanização é vista como essencial para a construção de ambientes corporativos saudáveis, produtivos e sustentáveis.
Gestão humanizada gera impacto direto no clima e nos resultados

De acordo com a ABRESST, empresas que apostam em uma abordagem mais humanizada observam ganhos significativos em produtividade, engajamento e clima organizacional. Além disso, há redução de estresse e ansiedade, menor rotatividade de pessoal e maior retenção de talentos.

"Trabalhadores que se sentem respeitados e ouvidos tendem a ser mais leais e comprometidos com os resultados da empresa. Esse vínculo vai além do contrato: é uma relação baseada em confiança", explica Pacheco.

A organização também destaca que a humanização no trabalho fortalece a comunicação, promove segurança psicológica e estimula o protagonismo dos colaboradores. Para isso, recomenda-se criar espaços para reflexão, momentos de silêncio, incentivo à espiritualidade e à meditação — práticas que respeitam a individualidade de cada trabalhador.
Consultoria especializada: integrar tecnologia com humanização é possível

A ABRESST tem acompanhado de perto as transformações tecnológicas aplicadas à saúde e segurança do trabalho, orientando suas empresas associadas sobre boas práticas e tendências emergentes. Para a entidade, a atuação consultiva é fundamental para garantir que a IA seja usada de forma estratégica, ética e centrada no ser humano.

"Empresas que desejam ambientes saudáveis e sustentáveis devem pensar além da eficiência. Devem ajudar seus colaboradores a encontrar sentido no que fazem. E isso só acontece com escuta, presença e práticas que respeitem o ser humano em sua totalidade", conclui Pacheco.

Fonte: https://protecao.com.br/geral/abresst-defende-equilibrio-entre-inteligencia-artificial-e-humanizacao-na-saude-ocupacional/